Acordo entre Gol e Delta prevê integração de compra de passagens

O presidente da Gol Linhas Aéreas, Constantino Oliveira Junior, afirmou nesta quarta feira (7), que, pelo acordo de venda de participação para a Delta Airlines, a intenção das empresas é a de que, a partir do terceiro trimestre de 2012, haja expansão do compartilhamento de voos (code-share) entre as duas companhias, o que permitirá, por exemplo, que passageiros comprem trechos internacionais da Delta pelo site da Gol, e trechos de viagens no Brasil pelo site da Air Lines.

"Vamos colocar nossos códigos nos voos da Delta e vice-versa. Vai nos permitir alcançar quase 400 destinos ao redor do mundo, em mais de 70 países", afirmou Constantino, durante entrevista coletiva concedida em São Paulo para detalhar a operação que, segundo os executivos, começou a ser negociada há cerca de um ano e meio.

Mais integração das milhas

Além disso, o acordo prevê maior integração entre os programas de milhagens das duas companhias para que passageiros da Golx possam acumular e resgatar milhas para compras bilhetes da Delta e vice-versa.

Gol e Delta Air Lines já têm reciprocidade em seus programas de milhas Smiles e SkyMiles desde 2010; o objetivo, segundo Constantino, é ampliar essa integração e tornar as regras mais "harmonizadas" até o fim do ano que vem.

"A integração dos programas de milhagem e code-share deve ser alcançada ao final de 2012, daqui a entre 6 e 12 meses, ao final do terceiro trimestre”, afirmou o presidente da Gol.

"Os programas de relacionamento não mudam, o cliente Smiles vai usar milhas para comprar bilhete Delta e o cliente Delta para comprar Gol, mas com regras harmonizadas e mais integração (do que existe atualmente). Algumas promoções serão feitas em conjuntos, mas não vamos fundir os programas", afirmou Constantino.

De acordo com Constantino, algumas promoções serão realizadas de forma conjunta, mas os dois programas não perderão sua identidade. “Não vamos fundir os programas”, disse.

O acordo prevê também que os serviços para clientes premium de cada companhia sejam estendidos às duas aéreas, bem como o acesso recíproco às salas vips das empresas em aeroportos.

Segundo Constantino, com o acordo o cliente da Gol poderá comprar bilhetes para quase 400 destinos em mais de 70 países. “A questão do conceito de baixo custo continua mantida”, garantiu oexecutivo. “As tarifas baixas continuam disponíveis, principalmente para quem compra passagens com antecedência”.

Além de Constantino, participaram do anúncio, Richard Anderson e Ed Bastian, respectivamente, CEO e presidente da Delta, e o diretor financeiro da Gol, Leonardo Gomes Pereira. Sorridentes, os executivos trocaram miniaturas de aeronaves das duas companhias e se disseram orgulhosos do negócio.

Investimento de US$ 100 milhões

Mais cedo, a Gol anunciou por meio de fato relevante que firmou acordo com a Delta Air Lines, que comprará uma participação acionária minoritária de US$ 100 milhões no capital da empresa brasileira.

O aumento de capital será de aproximadamente R$ 280 milhões, incluindo direito de subscrição dos demais acionistas da empresa aérea. O percentual que a Delta alcança com esse investimento, a R$ 22 a ação, chega a em torno de 2,9%, 3% do capital total da companhia”, disse Constantino.

A companhia norte-americana vai investir o montante em troca de ADSs lastreados em ações preferenciais da Gol que serão emitidas a um preço médio de R$ 22 reais. As ações da Gol encerraram na terça-feira cotadas a R$ 14,96. Com isso, o ágio que está sendo pago pela Delta é de 47%.

O investimento de US$ 100 milhões, segundo a Gol, será usado para reforçar o caixa da empresa. Segundo Pereira, a operação deverá será fomalizada pelo conselho da companhia no dia 21. “O destino do dinheiro é tornar o balanço da Gol cada vez mais forte e ter reservas altas de caixa. Acreditamos que caixa é superimportante nesse setor e cria valor para o acionista”, destacou o diretor financeiro.

Ainda como parte do acordo, está previsto que a Delta receba duas aeronaves Boeing 767, que atualmente fazem parte da frota da Gol. “Juntas, as aeronaves representam despesa de R$ 50 milhões até 2015”, disse Constantino.

Para o executivo, acordos como o anunciado nesta quarta-feira são uma forma "mais interessante" de a Gol crescer internacionalmente. “A idéia é continuar crescendo a partir de parcerias”, disse Constantino. “É assim que temos aumentado o volume de vendas internacionais. O movimento de hoje está absolutamente em linha com a nossa estratégia de ampliar a nossa participação internacional sem diversificar a frota e sem divergir do nosso modelo de negócio”, completou.

Fonte: G1