quinta-feira, 3 de março de 2011

Lucro do setor de aviação deve cair pela metade com aumento do petróleo

Companhias da Ásia poderão ter desempenho melhor

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) afirmou que os lucros das companhias de aviação serão cortados quase pela metade em 2011 devido ao aumento recente nos preços do petróleo.

O lucro líquido da indústria será de US$ 8,6 bilhões em 2011, uma queda em relação ao lucro de US$ 16 bilhões registrado em 2010, segundo a IATA. A previsão anterior da associação era de lucros de US$ 9,1 bilhões para o setor neste ano.

Na semana passada, o preço do barril de petróleo subiu aos níveis mais altos dos últimos dois anos e meio, devido à instabilidade política na Líbia. O preço do barril do tipo Brent atingiu um pico de US$ 119,79 em Londres.

Analistas alertaram que, se os protestos na Líbia e outros países árabes continuarem e se espalharem para mais países produtores, o preço do petróleo poderá aumentar ainda mais.

Passageiros

Apesar de sua previsão de aumento de 5,6% no número de passageiros para 2011 e do aumento de mais de 6% no valor do transporte de carga, a IATA afirmou que o alto preço do petróleo vai diminuir os lucros.

O combustível toma quase 40% dos custos operacionais de uma companhia aérea e, até o momento, as companhias tem relutado em repassar para os consumidores o aumento do petróleo, informou a associação.

Os preços do combustível para jatos quase dobrou desde o início de 2009, mas, em média, as passagens aumentaram apenas 20% no mesmo período, segundo estimativas da IATA.

Giovani Bisignani afirma que há pouca proteção para a indústria em caso de aumentos

Giovanni Bisignani, diretor-geral da IATA, disse que, enquanto o aumento nos preços das passagens pode ter sido o bastante para compensar o aumento do petróleo no momento, qualquer outro aumento do preço do produto poderá prejudicar as companhias aéreas.

'Há pouca proteção para a indústria manter seu equilíbrio enquanto absorve o impacto (dos aumentos)', disse.

'Atualmente o petróleo é o maior risco. Se seu aumento paralisar a expansão econômica, o panorama vai se deteriorar muito rapidamente', acrescentou.

Regiões

Segundo as previsões da IATA, as regiões do mundo apresentarão desempenhos diferentes.

A região da Ásia-Pacífico deve se sair melhor do que muitas outras regiões, pois muitas economias de países daquela região apresentam um crescimento constante. Mas os ganhos naquela região também ficarão sob pressão.

A IATA prevê que as companhias aéreas da região terão um lucro coletivo de US$ 3,7 bilhões em 2011, uma queda em relação aos US$ 7,6 bilhões registrados em 2010.

A associação acrescentou que as companhias aéreas são as mais vulneráveis ao impacto do aumento do preço dos combustíveis devido ao fato de que elas não tomaram muitas medidas para se proteger destes aumentos.

Estas companhias também estão sendo atingidas pela desaceleração no comércio e transporte de cargas da China, depois que o governo chinês ter implantado medidas para compbater a inflação.

Na Europa, as companhias também deverão passar por dificuldades, pois a demanda por viagens devem cair com a recessão e desaceleração do crescimento, afirmou a IATA.

Fonte: G1

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